28 de Maio: Luta pela saúde da mulher e pela vida de quem gesta

No Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher e de Redução da Mortalidade Materna, o Fórum Aborto Legal-RS (FALRS) reforça a urgência em colocar a vida e a dignidade de mulheres, meninas e pessoas que gestam no centro do debate e da formulação de políticas públicas. 

A data marca mais do que uma agenda de saúde: é um chamado por justiça reprodutiva e por um Estado que não negligencie nem silencie mortes evitáveis.

Os dados mais recentes do Ministério da Saúde indicam 62 mortes maternas por 100 mil nascidos vivos em 2022 – índice distante da meta de 30 mortes por 100 mil prevista pela ONU até 2030. 

Porém, esses números podem ser ainda maiores diante da subnotificação de óbitos relacionados ao ciclo gravídico-puerperal e à omissão de causas relacionadas ao aborto inseguro, à violência obstétrica e à ausência de cuidado humanizado nas redes de saúde.

Essas mortes não são apenas números. São mulheres reais, muitas delas negras, pobres, periféricas, que não tiveram acesso a informações, a atendimento de qualidade, à escuta e à dignidade. 

Em muitos casos, a negligência do Estado se soma à violência de gênero: mortalidade materna, feminicídio e aborto clandestino fazem parte da mesma engrenagem que nega autonomia e vida às mulheres.

A imposição da gravidez forçada – especialmente em vítimas de estupro e meninas menores de 14 anos – é uma das expressões mais cruéis dessa política nefasta. A criminalização do aborto, dos profissionais que atuam dentro da legalidade e das pessoas que defendem os direitos reprodutivos representam um ataque direto aos direitos e à saúde pública.

Também é urgente destacar a interseção entre as datas de 18 de Maio – Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes – e o 28 de Maio. Como afirmamos em uníssono: criança não é mãe!

Seguiremos lutando em defesa dos direitos reprodutivos e pela proteção e saúde integral de todas as mulheres, meninas e pessoas que gestam!